sexta-feira, 31 de outubro de 2008

UM POUCO SOBRE ERGONOMIA

Ederson Luiz Topanotti - Fisioterapeura, acupunturista e em especialização em Ergonomia


A palavra “Ergonomia” vem de duas palavras Gregas: “ergon” que significa trabalho, e “nomos” que significa leis. Hoje em dia, a palavra é usada para descrever a ciência de “conceber uma tarefa que se adapte ao trabalhador, e não forçar o trabalhador a adaptar-se à tarefa”.

Objeto da ergonomia - “estudo do complexo formado pelo operador humano e seu trabalho”

Objetivo da Ergonomia – analisar os padrões de comportamento: gestos, postura, verbalizações, comunicações e dos processos mentais que os governam, os mecanismos psicológicos que os afetam, as emoções que os influenciam, ou seja, todos os tipos de fenômenos que ocorrem durante as atividades de trabalho.
A ergonomia enquanto disciplina, tem suas origens na II guerra mundial. Em seguida, foi adotado o termo “ergonomics” por Murrel, engenheiro ingles com adoção oficial 12 de julho de 1949, com criação da primeira sociedade de ergonomia, a “ergonomics Research Society” na Inglaterra.
Em 1957 foi criada a Human Factors Society, Human Factors ou Human Engineering. É a denominação usada nos EUA.

Tipos de Ergonomia:

Ergonomia de concepção

A ergonomia na concepção, ocorre quando a contribuição ergonômica se faz durante a fase inicial do projeto do produto, da máquina ou do ambiente. Esta é a melhor situação, pois as alternativas poderão amplamente examinadas, mas também se exige maior conhecimento e experiência, porque as decisões são tomadas em cima de situações hipotéticas.

Ergonomia de correção

A ergonomia na correção, é aplicada em situações reais, já existentes, para resolver problemas relacionadas a falta de conforto na realização do trabalho. Em alguns casos, a solução encontrada não é satisfatória, pois exigiria custo muito elevado, por exemplo, substituição de mobiliários e máquinas e colocação de dispositivos de segurança.

Ergonomia de conscientização

A ergonomia de conscientização é a complementação das fases de concepção e correção, pois proporciona aos empregados capacitação para utilização correta dos recursos oferecidos pela empresa para realização do trabalho, através de treinamentos e reciclagens periódicas.


Porque Usar a Ergonomia?

Novas tecnologias, competividade de mercado, produtividade x qualidade
Necessidade de melhoria das praticas das tarefas com:


EFICACIA
SEGURANÇA
QUALIDADE

A ergonomia se esforça para conhecer o comportamento do operador. Asua abordagem faz distinção entre:
trabalho prescrityo= tarefa
Trabalho real = atividade

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

ESGOTAMENTO FÍSICO E MENTAL CAUSADO PELO TRABALHO (SÍNDROME DE BURNOUT)

Miguelina Zagonel - Psicóloga e Coordenadora do SOST

Na saúde o termo é usado para definir um esgotamento físico e mental crônico causado pelo trabalho. A síndrome de Burnout é um tipo de estresse ocupacional, caracterizada por exaustão emocional apatia extrema, desinteresse pelo trabalho e lazer, depressão, alterações de memória e do humor, fadiga, enxaqueca, dores musculares e distúrbio do sono. A enfermidade acomete principalmente profissionais que lidam diretamente com pessoas, expostos a situações de extrema pressão, jornadas exaustivas, responsabilidades e frustrações. Um estudo, da Confederação Nacional dos Trabalhadores evidencia uma situação grave aponta que cerca de 30% dos trabalhadores no País são vítimas do Burnout. Desde 1999, o Ministério da saúde reconhece a síndrome como uma doença do trabalho.
Uma das explicações para que a síndrome acometa profissionais que estejam diretamente ligados a outras pessoas é o fato de “essas pessoas ter no trabalho sua principal fonte de satisfação, por isso são mais vulneráveis” explica a psicóloga Miquelina Zagonel, integrante do SOST.
Os principais sintomas foram identificados pelo psiquiatra Herbert Freudenberg, em 1970, em pacientes que lidam com pacientes psiquiátricos. Um sentimento de fracasso e exaustão causado pelo excessivo desgaste de energia os atingiu, afastando-os das tarefas cotidianas. Mas o Burnout traz outras conseqüências devastadoras. As vítimas podem manifestar agressividade, hostilidade e outros sentimentos que comprometem o convívio social e família, sem contar que a síndrome provoca uma erosão na auto-estima do profissional.
É importante saber que a síndrome é diferente do estresse. Este não tem necessariamente origem no trabalho e demanda medidas mais simples. “Um bom período de férias pode melhorar uma situação de estresse”, explica Miquelina. No caso de Burnout, ao contrário, as férias tendem a piorar o quadro, pois o indivíduo se mantém ligado ao trabalho e sofre com a possibilidade de retornar. “Portanto é necessário fazer uma intervenção mais ampla com o apoio de médico e psicólogo”, afirma.
Aí esta um desafio a ser diagnosticado e tratado adequadamente, o diagnóstico deve ser sintomático e feito por equipe multidisciplinar, exames clínicos e testes psicológicos entre eles o Maslach Burnout Inventory (MIB), que ajudam no diagnóstico. “O tratamento é multidisciplinar e tem dupla abordagem, com o uso de fármacos e acompanhamento psicoterapêutico para melhorar a auto-estima”, informa Miquelina. Também é necessária uma mudança na relação do paciente com o trabalho. “Ele precisa reavaliar o espaço que essa atividade ocupa na sua vida e adotar hábitos mais saudáveis: dedicar mais tempo a família, ao lazer, ao esporte e a práticas religiosas”, diz a psicóloga.
Outro obstáculo é o baixo investimento em programas voltados para a saúde do trabalhador. “As empresas estão preocupadas, mas ainda não se traduz em ação”, afirma à psicóloga. Apenas algumas empresas oferecem programas de qualidade de vida de forma regular a seus funcionários. Como se vê, ainda falta muito que fazer nesta área.
Sinais que podem identificar o problema
COMO TRATAR
Físicos: fadiga constante e progressiva; dores musculares, distúrbio do sono, enxaquecas, perturbações gastrointestinais, transtornos cardiovasculares e disfunções sexuais.
Psíquicos: falte de atenção e de concentração, alterações de memória e tentativa de suicídio.
Defensivos: tendência ao isolamento, sentimento de impotência, perda do interesse pelo trabalho e lazer, absenteísmo, ironia, cinismo.
Comportamentais: negligência, irritabilidade, perda da iniciativa, resistência a mudanças.
O método tradicional envolve o uso de medicamentos associado a sessões de psicoterapia. Mas alguns hábitos também podem trazer benefícios importantes para o paciente.
Ø Pratique meditação ou relaxamento
Ø Faça exercícios regularmente
Ø Estabeleça um ritmo de trabalho que não prejudique sua vida social
Ø Não se sobrecarregue com responsabilidades. Delegue tarefas
Ø Desenvolva a espiritualidade.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Doenças e Acidentes de Trabalho: Custo Estimado em R$ 40 bilhões

O Ministério da Previdência Social gasta atualmente quase R$ 9,8 bilhões ao ano em aposentadorias especiais e custos com acidentes de trabalho. Adicionados os custos indiretos, esse valor pode chegar a R$ 40 bilhões ao ano, segundo o diretor do Departamento de Política de Saúde e Segurança Operacional do ministério, Remígio Todeschini.“Não podemos debitar essa conta ao trabalhador. Quando acontece o acidente ou a doença, quem está pagando a conta hoje no Brasil é a Previdência Social. No fundo, são todos os cidadãos”, disse Todeschini. "É preciso alertar os empresários para que estimulem a prevenção: quem oferece ambiente propício a mais doenças, mais acidentes, mais mortes, deve pagar essa conta", defende.Cerca de 90 mil pessoas estão afastadas ou são afetadas por doenças do trabalho, informou o diretor. Se forem incluídos os acidentes nessa estatística, disse, o número sobe para 300 mil por ano. "E atualmente a Previdência contabiliza 1,5 milhão de trabalhadores em licença médica", acrescentou.Para o médico Walter Simões Filho, especialista em doenças ocupacionais, as empresas no Brasil, muitas vezes, não se preocupam com o conforto e com as condições ergonômicas adequadas ao trabalhador. A lesão por esforço repetitivo (LER), provocada por movimentos que se repetem ao longo da jornada e pelo ritmo intenso de trabalho, responde por 49% – quase metade – dos casos, de acordo com a Previdência. Entre as doenças mais freqüentes estão dores lombares, sinusite e lesões de ombro e dorsais.A legislação garante ao portador de doença ocupacional benefícios e estabilidade, destaca Remígio Todeschini. “Como o prazo de 12 meses que impede a demissão, se ele tiver registro em carteira profissional e, portanto estiver protegido pelas Leis 8.212 e 8.213", exemplifica. Ele acrescnta que, caso sejam constatados sinais de doença do trabalho após o período de 15 dias de afastamento, o trabalhador deve ser encaminhado à Previdência Social pelo convênio médico, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou pelo médico da empresa. "Mas ele nem sempre está completamente incapacitado para o trabalho", acrescentou.Empresas que oferecem maior risco, com um número maior de acidentes e doenças do trabalho, pagam taxas em percentuais que vão de 3% a 6%. O diretor destacou ainda que o índice de doenças ocupacionais no país saltou de 5.800 registros em 1990 para mais de 27 mil em 2005. E disse esperar que em 2008 o Brasil ratifique a Convenção 187, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que propõe a criação de programas nacionais de saúde e segurança do trabalho, estabelecidos por meio do diálogo entre empregados e empregadores.11/26/2007http://www.notadez.com.br/content/noticias.asp?id=49320